Trabalhadoras e trabalhadores!
Vivemos um momento difícil na vida de cada um de nós: tem muito desemprego, pobreza, miséria, violência e fome. A solução que o capitalismo nos apresenta é votar, trabalhar ainda mais e torcer para que os próximos governantes melhorem um pouco a nossa situação. Mas por que eles fariam isso se mesmo com as nossas condições de vida piorando mês a mês, nós continuamos calados, obedientes e produtivos? Nada de bom vem sem luta em nossas vidas! As grandes melhorias que conquistamos dentro desse sistema sempre foram fruto de muita união e resistência, e não simplesmente apertando botões em uma urna como temos feito nas últimas décadas.
Agora, boa parte da esquerda tenta nos convencer de que precisamos salvar a democracia burguesa (que só favorece os capitalistas, em especial os grandes monopólios), votando em Lula para derrotar Bolsonaro. Ocorre que os dois são partes da mesma engrenagem. Sempre que nós trabalhadores resolvemos nos unir para enfrentar o capitalismo e criamos nossas próprias organizações, essa esquerda do capital aparece para nos impedir de seguir em frente, e nos direciona para seus sindicatos e partidos políticos, nos mantendo dentro da ordem. Passado um tempo, ficamos frustrados porque nada mudou e nos isolamos pensando que não vale a pena lutar coletivamente. Então, o terreno fica pronto para a extrema-direita surgir como algo novo, semeando ideias que fazem os trabalhadores sentirem ódio uns dos outros. Se seguirmos acreditando no voto e nas instituições democráticas vamos continuar presos a esse ciclo, enquanto os capitalistas avançam sobre nós.
Também não podemos cair em discursos que pedem nossa ajuda para recuperar a economia ou para transformar o Brasil em um país desenvolvido. Isso porque mesmo nos países de capitalismo avançado, aonde se diz que a vida é bem melhor, também há uma maioria que precisa vender sua força de trabalho e a minoria que vive na fartura parasitando o trabalho dos outros. E com isso jamais concordaremos.
Reduzir a luta e a política a essas eleições é enxergar o Estado como solução, quando na verdade ele faz parte do problema. O Estado e o Capital castram nossa vida social e aos poucos nosso cotidiano é desorganizado para que a gente dependa cada vez mais de suas instituições para sobreviver. Para nos organizar de forma autônoma não podemos depender de negociações com a burguesia e seus aliados. Assim, independente de quem seja eleito, precisamos ser protagonistas da luta política, nos reunir e debater sobre nossas dificuldades nos nossos locais de trabalho, estudo e moradia, e voltar a enfrentar nossos inimigos de maneira integrada e sem medo, cientes de que são eles que dependem de nós em todos os aspectos de vida: comida, vestuário, transporte, limpeza, moradia, etc. É daí que vai vir a nossa força!
Porém, muito além de causas imediatas como aumento salarial e redução de jornada de trabalho, precisamos também resgatar os ideais que a nossa classe tem cultivado historicamente no sentido de construir uma nova sociedade: sem classes, sem Estado, sem exploração do homem pelo homem, com tempo livre e acesso a recursos materiais para toda a humanidade. Uma sociedade em que os próprios trabalhadores organizem a produção e a distribuição da riqueza e que decidam o que deve ser produzido e como deve ser produzido.
Vamos retomar e articular nossas lutas de forma independente para defender nossos interesses imediatos e históricos. Que o voto nulo seja um passo nessa direção!
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Revista e TV A Comuna
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A Toupeira
Fronteira Vermelha
Coletivo Marxismo e Revolução
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Emiliano Aquino
José Cláudio Lemos
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Prof. Wagner Sant’ana
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Agrupamento 18 de março
Comunistas e Anarquistas independentes