Também, como seria possível!?

Era uma vez uma tribo indígena, daquelas da Amazônia, que produzia 3 vezes mais comida, 5 vezes mais roupas, 2 vezes mais energia, muito mais casas e 5 vezes mais remédios do que necessário para todos viverem excelentemente bem.

Um belo dia, o chefe e o pajé resolveram que eles ficariam com toda a comida, todas as casas, remédios, roupas e energia. O restante da tribo ficaria com tão pouco que não haveria casas, nem comidas, nem remédios, nem energia para todos. Passou a haver fome, moradores de rua, doentes sem cuidados, pessoas esfarrapadas no escuro e sem energia

Enquanto isso, o pajé e o chefe deixavam toneladas de comida estragarem (pois não podem comer tudo!), casas estragando e abandonadas (pois não podem morar em todas as casas), jogavam remédios fora ou tomavam remédios desnecessários (as vitaminas dos ricos, por exemplo). Acham chique desperdiçar energia.

Mais cedo do que mais tarde, o descontentamento aumentou e a revolta foi surgindo.

Quando a tribo começou a pensar em se revoltar, o pajé e o chefe tomaram suas providências. Com um pouco da comida que estava estragando e um pouco do remédio que estavam para jogar fora compraram o apoio de alguns miseráveis para que prendessem, torturassem, matassem e exilassem aqueles que mais reclamavam das injustiças. A miséria, além de produzir miseráveis, tem ainda outro efeito: faz de alguns poucos miseráveis capacho dos ricos.

Foi assim que Salviano foi preso! Em sua defesa, perguntou ao pajé:

__ Se somos nós que produzimos os remédios, a comida, as casas, a energia, as roupas de vocês, por que não dividimos tudo igualmente? Por que temos que ser miseráveis para que vocês possuam tanto que nem tenham o que fazer com tudo o que possuem?

A violência logo tomou conta da tribo. Um miserável roubava o outro, alguns assaltavam os ricos, a insegurança só aumentava.

O pajé e o chefe reforçaram sua polícia, seus torturadores e seus carcereiros. Fizeram toda a tribo pagar pela aumento do custo da defesa da sua riqueza! A desigualdade só crescia. A revolta só aumentava. Um dia, tudo desmoronou: ninguém respeitava ninguém, todos brigavam com todos, o caos se instalou... a tribo vivia seus últimos dias!

O pajé, ajoelhado, implorou a Deus que desse um jeito. Que fizesse com que toda a tribo aceitasse trabalhar para a riqueza dos ricos. Abriram-se as nuvens e, lá de cima, veio a voz de São Pedro:

__ Assim, nem Deus dá jeito!

De fato, não há jeito!

A única solução para a tribo seria mudar tudo, de cabo a rabo.

Ao invés de todos produzirem para a riqueza de uns poucos, todos trabalharem para a riqueza de todos. Quanto todos trabalham, as horas de trabalho diminuem rapidamente. Quando todos trabalham, todos decidem como a riqueza será distribuída, como as necessidades das pessoas serão melhor atendidas. Trabalhar apenas dois ou três dias por semana e ter todas as necessidades bem atendidas: esta a vida que podemos ter hoje, com toda a tecnologia que se desenvolveu. Esta a vida que merecemos. Afinal, somos humanos, não máquinas!

Quando todos trabalham, a riqueza é comum. O feijão produzido é de todos. Cada pessoa pega o quanto de feijão necessita. A roupa é produzida por todos, cabe a cada um a vestimenta que precisar. E assim por diante. A sociedade é comum a todos, não é mais dividida em uma classe que vive explorando todo mundo. O governo é a comuna, o governo comum de todos, não dos poderosos para oprimir os trabalhadores. Uma sociedade em que tudo é comum, é o comunismo. Uma sociedade em que tudo pertence aos burgueses, é o capitalismo.

Como clamou a voz das alturas:

__ Nem Deus dá jeito no capitalismo!

Só mesmo trocando esta sociedade pela sociedade comunista!

Por isso, entre Lula e Bolsonaro, escolha a melhor alternativa: vote nulo, pois todos são serviçais dos poderosos. Todos são nossos opressores. Aceitaram as “trinta moedas de prata”. Use seu voto para protestar, não para eleger seu opressor!